Quando um ser humano nasce, sai do ambiente seguro e
tranquilo de dentro da barriga da mãe e passa pelo estresse de ser recebido em
um ambiente cheio de cheiros, luzes, vozes, ás vezes dolorido. Esse momento pode ser considerado delicado e
nada agradável, mas assim que é verificado que tudo está bem com bebê que acaba
de nascer, vem a recompensa! É oferecido
a ele o seio materno, o qual lhe fornece alimento e temperatura perfeita, com
nutrientes necessários, e logo para de chorar. Desde cedo, então, aprende que o alimento e prazeroso e proporciona
conforto, sendo reforçado no decorrer de seu desenvolvimento em outras situações,
o quando o amor, o carinho, o aconchego a alegria, podem ser representados com
a comida em algumas situações. Ele pode
chorar devido a vários fatores como fome, frio, calor, sono, dor, mas
geralmente uma das primeiras soluções a ele oferecida para aplacar o sentimento
desagradável é a comida e, assim a comida vai se tornando “o primeiro
antidepressivo ou ansiolítico”, pois ela é uma das primeiras estratégias para
lidar com sensações desagradáveis.

Muitas vezes as pessoas comem porque se sentem entediadas,
solitárias, infelizes, tristes, ansiosas, cansadas ou por qualquer outro motivo
que não esteja diretamente relacionada à necessidade de se alimentar. Perdas, decepções, frustrações,necessidade de agradar ou ser aceito, rejeição , rompimentos, luto, dentre
outros, podem favorecer a alteração do comportamento alimentar, levando o indivíduo
a comer demais ou até compulsivamente. O
alimento, nesse contexto, seria um substituto do afeto perdido. O bolo de chocolate ou prato calórico se
tornam um carinho que a pessoa se faz. O
cérebro começa a criar outras funções para o alimento que não só a de nutrição
e, o alimento passa a ter a função afetiva. Ele pode significar amor, afeto, carinho,
reconhecimento e se torna uma bengala.
Quem nunca sentou em um restaurante ou na mesa da cozinha
da sua casa após um dia estressante, após uma briga, frustração ou desapontamento e desejou um prato bem calórico e disse: “hoje eu mereço comer tudo que eu tenha
vontade, uma feijoada, uma barra de chocolate, um pote de sorvete” e por ai em
diante? A falsa sensação de merecimento
é, em muitos casos, uma falta disfarçada de comida.
Cabe esclarecer que não há nenhum problema em sentir
prazer com a comida e de comer um pedaço de bolo que o remeta a momentos de
alegrias em família. Ao entender que
sentir prazer comendo faz parte da nossa vida de alivio, mas é importante
aprender a falar do que esta incomodando, a dor, a tristeza, permitindo
expressar de maneira assertiva as emoções e sentimentos.
Um profissional pode ajudá-lo entender a relação que você
tem com a comida e como você está reagindo frente aos sentimentos não tratados.
É um círculo vicioso que precisa ser rompido.
Encerro por aqui te perguntando: Você tem fome de quê?
Sarah Karina M. S. Lima
Psicóloga
CRP- 06/134797
Sarah Karina M. S. Lima
Psicóloga
CRP- 06/134797
Temos fome do que ?
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